sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Melhores álbuns de 2013: 22º - Serengeti - Kenny Dennis LP


A informação relativa a Kenny Davis é contraditória. Tem 46 ou 53 Primaveras? Foi criado em 2006 ou em 2008? Tudo isto é secundário, uma vez que a personagem é fictícia. O responsável por esta espécie de biografia contada a partir de testemunhos e canções em registo corta e cola é Serengeti, rapper de Chicago que já anda nestas coisas faz mais de 20 anos. Pouco interessa quem é Kenny Davis. Sabemos que o EP que lhe dá nome é divertido e despretensioso e um dos álbuns rap mais genuínos de 2013.

sábado, 25 de janeiro de 2014

"High Hopes" de Bruce Springsteen em 140 caracteres


Apesar de apresentado como tal, não é radicalmente diferente dos últimos do Boss. A grande e desnecessária novidade guitarra de Tom Morello.

 




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"Forever" dos Painted Palms em 140 caracteres


Demasiada pirotecnia num álbum capaz agradar fãs de Panda Bear, embora mais acessível e menos complicado. Uma grande canção: "Here it Comes".

 

Melhores álbuns de 2013: 23º - The Mantles - Long Enough To Leave


Quanto vale uma boa melodia? Perguntem aos Mantles. Ou então não, que a resposta está neste Long Enough To Leave, declaração de amor/citação aos/dos anos 60. Nostalgia? Sim, mas da boa. Um deleite.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Melhores álbuns de 2013: 24º - John Grant - Pale Green Ghosts


A grande vitória Pale Green Ghosts está na forma como John Grant se reinventou do primeiro para o segundo álbum sem estragar. Neste segundo capitulo da sua via pós-Czars, o para sempre amargurado músico injecta uma vertente electrónica à sua veia de escritor de canções clássico. 







sábado, 18 de janeiro de 2014

Hidden Cameras - Age


Até hoje, os Hidden Cameras nunca nos tinham soado mais do que aborrecidos. Em 13 anos e cinco álbuns não nos ficou uma única canção. Neste Age, é logo a primeira ("Skin & Leather") que nos chama a atenção. Não é a única, estamos perante aquele que é, de longe, o melhor disco da banda canadiana. A sucessão discográfica que começou com Ecce Homo, o único disco que o mentor Joel Gibb escreveu, gravou e editou sozinho, assenta em alicerces folk que variam apenas nos níveis de barroquismo e ambição. Essas duas variáveis surgem aqui ainda mais vincadas, mas a banda apresenta nesta colecção de oito canções uma panóplia de soluções muito mais ampla.

Quer isto dizer que continuamos a deparar-nos com a veia queer que levou um dia Gibb a classificar o som dos Hidden Cameras de "gay church folk music" - a verdade é que, de facto, as digressões passavam por igrejas e clubes recheados de strippers e go-go dancers -, sim, mas também temos recursos como o dub jamaicano ("Afterparty") e a música de dança ("Carpe Jugular"). Tudo isto com recurso a uma orquestra. Está feito, temos o primeiro grande disco do ano.

 

"EP-2" dos Pixies em 140 caracteres


Acreditem, é mesmo uma seca.

 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Melhores álbuns de 2013: 25º - DJ Marfox - Subliminar / DJ Nigga Fox - O Meu estilo


A distinção é para a Príncipe, a editora que está a colocar os subúrbios lisboetas nas bocas do mundo. A imprensa internacional dedicou um e outro artigo, mas nada disto seria válido se a música não o fosse. DJ Marfox e DJ Nigga Fox terão sido a face mais visível da editora de Nélson Gomes e Pedro Gomes (ambos da Filho Único) Márcio Matos e José Moura (Escravos de Zonk) em 2013, mas 2014 também passará por aqui, claro.


sábado, 11 de janeiro de 2014

Sharon Jones & The Dap Kings - Give the People What They Want


A celebração de Sharon Jones já dura há mais de dez anos, altura em que editou o álbum de estreia. Jones, à imagem de Charles Bradley, faz parte de um restrito conjunto de artistas que viu o seu talento ser tardiamente reconhecido - já tinha celebrado o seu 45º aniversário quando Dap Dippin' with Sharon Jones and the Dap-Kings sai para as ruas. Sharon e Charles são a resposta às majors, as mesmas que acusaram Jones, nos finais dos anos 70 e início dos 80, de ser demasiado pequena, demasiado negra (valha-nos Deus) e demasiado gorda para se tornar numa cantora pop bem sucedida. As mesmas majors que nos dizem que a soul tem idade e que não sabe transformar uma boa história numa excelente manobra de marketing. "Alguém estará errado algures", diz ela e com toda a razão. Felizmente, a lacuna foi ocupada pela Daptone Records, a editora que aponta para um revivalismo soul, funk e gospel, sempre com a Motown e a Stax como referência.

Give the People What They Want é para levar à letra. O auto-explicativo título deixa claro que não está aqui um disco arriscado ou muito diferente da fórmula explorada por Sharon Jones e os Dap Kings. Sò pede meia hora das nossas vidas, meia hora de festa, meia hora de centrada na voz de alguém que ganhou uma batalha contra a indústria e outra contra o cancro. Leia-se a carta que deixou aos fãs, após a cirurgia que lhe a salvou para perceber a alegria e a vontade que Jones tem de viver, de actuar, de nos dar um álbum ou um concerto. E é precisamente em palco que a experiência é elevada ao quadrado. Que se faça do título deste álbum uma realidade: que a digressão não nos exclua desta celebração, a de Sharon Jones. E a nossa.

 

Melhores álbuns de 2013: 26º Deerhunter - Monomania


Que grande tentativa de sabotagem que é este Monomania, sexto álbum de Bradford Cox e companhia de ocasião, sucessor do maravilhoso Halcyon Digest. Eventualmente incomodado com o elevado alarido à volta do disco anterior enquanto Deerhunter, Cox optou por criar um álbum garage sujo, carregado de distorção. Um verdadeiro murro no estômago.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

"Alternate/Endings" de Lee Bannon em 140 caracteres


Novo álbum de um dos responsáveis pela produção de Summer Kights do puto maravilha Joey Bada$$ para quem ainda não se fartou de jungle/DnB.

Álbum em streaming, aqui.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Melhores álbuns de 2013: 27º Kurt Vile - Wakin On a Pretty Daze


A questão é: como é que, em 2013, um disco de canções longas cujo foco são as guitarras consegue ser um dos melhores discos  que nos passou pelos ouvidos?

domingo, 5 de janeiro de 2014

Melhores álbuns de 2013: 28º The National - Trouble Will Find Me


Não sabemos se já existe uma fórmula secreta. A verdade é que os National já andam há três discos/meia dúzia de anos a oferecer canção perfeita atrás de canção perfeita.



sábado, 4 de janeiro de 2014

Melhores álbuns de 2013: 29º Youth Lagoon - Wondrous Bughouse


Se Youth Lagoon couber na prateleira em que o têm enfiado, a dos artistas de quarto, a sua assoalhada seria um mundo. Um mundo psicadélico movido a discos de Pink Floyd, MGMT e, diz o próprio, Puff Daddy ("ajudou-me a crescer"). Wondrous Bughouse é um diário assombrado pela perda e carregado de teorias da conspiração, conotações apocalípticas e assombrado pela morte. E é lindíssimo.

"Iller Than Most" de Del the Funky Homosapien em 140 caracteres


Descontraído enumerar de recados (aos haters, aos "mauzões", aos imitadores, aos seus heróis) que cai sem aviso, mas sem estrondo.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

"Wig Out at Jagbags" de Stephen Malkmus & The Jicks em 140 caracteres


O pai do indie já caminha para avô - e vão 21 anos a satirizar a cultura pop! Wig Out at Jagbags é mais do mesmo, sem riscos, sem surpresas.


Melhores álbuns de 2013: 30º Laura Marling - Once I Was an Eagle


Laura Marling, senhora do seu nariz, miúda que deixa homens mais velhos de coração partido num acto de emancipação (início de uma carreira a solo) com efeitos colaterais (de longe, o melhor disco do Noah and the Whale). Hoje tem apenas 23 anos, a idade com que Cristiano Ronaldo ganhou a Ballon d'Or, e a criatividade chega sem travões e envergonha grande parte da concorrência folk que faz disto vida há décadas. Citando um pivot britânico que se senta na mesma mesa de Michael Owen para discutir coisas do futebol, "é incrível perceber que, no Real Madrid, Ronaldo ainda é melhor do que no Manchester United". Pois bem, imaginem esta miúda quando estiver nos 70 anos de experiência de Joni Mitchell.