quarta-feira, 11 de junho de 2014

Rome Fortune - Beautiful Pimp II


À imagem da primeira Beautiful Pimp I, no segundo capítulo desta série de mixtapes, o rapper coloca a filha e o traseiro de uma mulher de roupa interior na capa. A primeira era escura e só conseguíamos vislumbrar a cara do rapper, na segunda já há luz e, para além da face de Rome, vemos a da sua filha e a da tal mulher que continuamos sem saber quem é. Tem que ser um álbum pessoal, seja pelas rimas, seja pela presença da filha numa das faixas (à imagem do último de Schoolboy Q), seja pela presença do vibrafone que é aqui tocado pelo próprio avô do rapper. Beautiful Pimp II é melhor do que Beautiful Pimp I. Porque é mais arrojada. Porque melhora aquilo que precisava de melhorar (as rimas, o flow) e consegue ser ainda melhor naquilo que já era boa (a produção).

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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Curren$y - The Drive In Theatre


Mais uma excelente mixtape de Curren$y, a primeira do prolífico rapper em 2014. Uma homenagem ao filme favorito do rapper, The Godfather com referências e citações que são samples da longa de Coppola. Mas, mais do que uma homenagem ao clássico do cinema, The Drive In Theatre é uma homenagem à 7ª arte - aos clássicos, aos filmes de gangsters, à blaxploitation, a Tarantino. Tudo mediado pela voz narcótica de Curren$y que vem bem acompanhado por rappers como Le$, B-Real, Freddie Gibbs e Action Bronson (desta feita, incrível em "Godfather 4"), entre outros. 

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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Willie the Kid & Bronze Nazareth The Living Daylights


The Living Daylights é declaradamente inspirado no 20º aniversário dos Wu-Tang Clan - Bronze Nazareth, o produtor, é membro do histórico grupo de rappers que anda por ai a celebrar estas duas décadas de história, Young Dirty Bastard e  Sun God são filhos de Ol Dirty Bastard e Ghosface Killa, respectivamente, e "Overture", por exemplo, é uma introdução com claras influências do clã. 

Numa altura em que viramos atenções para jovens prodígios como Chance the Rapper ou Joey Bada$$, o escasso reconhecimento mediático de Willie the Kid é um não acontecimento estranho. Passaram-se oito anos, dez mixtapes (mais uma, esta, a mais recente - estão mais três na calha),  cinco EPs e apenas um álbum. Pode ser que seja desta. Não é fácil superar um disco produzido por Alchemist, mas Living Daylights consegue-o. Produção imaculada de Nazareth a sustentar as palavras de um Willie em grande forma. Não há canções que se destaquem, são todas óptimas, o que lhe confere uma unidade e o estatuto de melhor mixtape que colocámos os ouvidos em cima neste primeiro semestre de 2014.

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