sexta-feira, 4 de novembro de 2016

[Fundo de Catálogo] The Beatles - Revolver (1966)


É tido como um dos melhores discos de sempre, mas vamos considerá-lo antes de mais um dos discos mais livres de sempre. Porque rompe com tudo o que tinha sido feito anteriormente, porque manda o totalitarismo editorial dar uma volta. Sim, é verdade que, como já vimos anteriormente neste blogue, o psicadelismo já tinha tido vários inícios, mas com Revolver é seguro dizer que o modelo psicadélico chega à sua idade adulta. Bem, na verdade nada é seguro em Revolver. Pet Sounds é magnífico, mas é outra coisa. Mesmo Rubber Soul, embora Harrison tenha dito que não via grandes diferenças entre os dois discos, sendo que, para o Beatle, o disco de 1965 era o Volume Um e este o Volume Dois. 

O sétimo dos Beatles marca a preponderância de Lennon em relação a um McCartney baladeiro, perfeito para os Beatles anteriores, menos presente nestes que iam experimentando LSD. Mas Lennon não estava só, Harrison era companhia para as trips e ganhava espaço: três das 14 canções são dele. Lennon materializa as tais trips e acaba por confessar-se: "Beatles are bigger than Jesus". Caldo entornado, a América não lhe perdoa as palavras e faz o que pode: queima os discos. Vale-lhes que essa América não é a mesma América que inspiraram e que tanto os inspirava, ou seja, Beach Boys, Motown/Stax, Dylan. 

Robert Rodriguez, autor entre outras obras de Revolver How the Beatles Reimagined Rock'n'Roll, diz que Revolver criou, nas suas 14 faixas, todos os outros géneros da pop, da  electrónica ao punk, passando pela world music. Acrescentamos que só não terão inventado a soul e o r&b pois já tinham sido inventados. Bem-vindos à era psicadélica.

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