quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

[Fundo de Catálogo] The Doors - The Doors (1967)


Em 1967, as bandas podiam acertar. Mas acertar à primeira? Esse feito ficou reservado aos Doors. Doors será uma resposta à música luminosa dos Beach Boys ou dos Mamas and Papas. Uma resposta ao Summer of Love, ao movimento hippie. É como que uma inversão da frase com que arrancam a primeira canção do registo: "Break on Through": You know the day destroys the night. No caso dos Doors, é a noite que destrói o dia. É um disco alicerçado no génio (os testes de Q.I. assim o declaravam) de Jim Morrison, ávido leitor, quase sempre alienado, interessado em filosofia, misiticismo e arte, figura tão enigmática como magnetizante. Ao vivo ficava quieto, mas conseguia que nos fixássemos nele o tempo todo. Há em The Doors referência aos tauismo e ao xamanismo, a um lado místico mascarado da poesia da voz de Morrison. E, claro, as drogas, único ponto comum ao tal movimento hippie. Enfim, no meio artístico, quem é que não se drogava nos anos 60? O próprio nome da banda é inspirado num livro que descreve experiência alucinatórias: Doors of Perception, obra de Aldous Huxley. As letras são explicitas, tão explicitas que deram origem a um dos episódios mais icónicos televisão norte-americana desse ano, no Ed Sullivan. Foram os primeiros a ser censurados à séria, ao ponto de, na altura das reedições recentes se ter dito que andámos a ouvir o disco de estreia errado. 

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