sábado, 18 de janeiro de 2014

Hidden Cameras - Age


Até hoje, os Hidden Cameras nunca nos tinham soado mais do que aborrecidos. Em 13 anos e cinco álbuns não nos ficou uma única canção. Neste Age, é logo a primeira ("Skin & Leather") que nos chama a atenção. Não é a única, estamos perante aquele que é, de longe, o melhor disco da banda canadiana. A sucessão discográfica que começou com Ecce Homo, o único disco que o mentor Joel Gibb escreveu, gravou e editou sozinho, assenta em alicerces folk que variam apenas nos níveis de barroquismo e ambição. Essas duas variáveis surgem aqui ainda mais vincadas, mas a banda apresenta nesta colecção de oito canções uma panóplia de soluções muito mais ampla.

Quer isto dizer que continuamos a deparar-nos com a veia queer que levou um dia Gibb a classificar o som dos Hidden Cameras de "gay church folk music" - a verdade é que, de facto, as digressões passavam por igrejas e clubes recheados de strippers e go-go dancers -, sim, mas também temos recursos como o dub jamaicano ("Afterparty") e a música de dança ("Carpe Jugular"). Tudo isto com recurso a uma orquestra. Está feito, temos o primeiro grande disco do ano.

 

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