sexta-feira, 14 de outubro de 2016

[Fundo de Catálogo] The Monks - Black Monk Time (1966)


Eis os Torquays, uma banda composta por cinco soldados norte-americanos que, em pleno oeste alemão formaram uma banda para desabafarem. Nasceram em 1964 e editaram um single no mesmo ano. Oh, que se lixem os Torquays! Mais uma banda tipo Beatles? Os Monks substituíram-lhes o nome e a direcção e, embora só tenham durado um disco, influenciaram quase tudo o que veio a seguir. De banda tipo Beatles tornaram-se nuns anti-Beatles numa altura em que os próprios Beatles se tornavam anti-Beatles. Raparam parte da cabeça como os monges e vestiram-se como tal. A música era refrescante, mas, como algumas das melhores histórias da pop, ninguém o percebeu na altura. Influenciaram a aparição do punk e do krautrock (recorde-se, o disco foi apenas editado na Alemanha). Não é que se a sua música quebrasse totalmente com o cânone americano, usavam um banjo electrificado, por exemplo, e, no final do dia, Black Monk Time é apenas mais um disco de r&b, mas um diferente, com uma outra coisa que era nova na altura: o feedback que encontraram de forma acidental e incorporaram na sua música. As próprias letras, despidas e idiossincráticas, eram especiais, diferentes de tudo o que se ia fazendo.


Enquanto Torquays não venderam nada, enquanto Monks também não venderam nada, mas, a par dos Velvet Underground, tornaram-se numa das mais influentes bandas de sempre que menos discos vendeu. Black Monk Time terá influenciado toda a gente: Mark E. Smith (Fall), Beastie Boys, Jack White, Colin Greenwood (Radiohead) e até os Horrors.

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