quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

2013, o ano em que recordámos Nina Simone


2013 é ano redondo no calendário Nina Simone. Se fosse viva, teria celebrado o seu 80º aniversário no dia 21 de Fevereiro de 2013, ano que nos tem recordado regularmente que a voz de "I Loves You Porgy" é uma das mais influentes de sempre. Uma influência que vai de Lauryn Hill a Christina Aguilera. Primeiro foi o polémico anúncio de Zoe Saldana enquanto protagonista do biopic não autorizado. Depois, o badalado sample de "Strange Fruit" do muito discutido Yeezus de Kanye West. Agora, é a vez de Xiu Xiu convidar malta do avant-jazz e reinterpretar as canções de Nina, num álbum arriscado e que não procura uma forma bela de apresentar a essas canções que são uma força da natureza. A voz de Nina Simone era a sua força. E que força. Enfrentava qualquer medo, qualquer oposição. "Eles estão a matar-nos um a um", desabafava após a morte de Martin Luther King. Felizmente a sua voz e a de outros como Luther King e Malcolm X fez-se ouvir mais alto do que qualquer disparo. Ainda hoje trememos.

Convidámos Selma Uamusse (Wraygunn, Cacique 97, Soulbizness e voz que presta Tributo a Nina Simone desde 2009) a comentar a omnipresença de Nina Simone no ano que marca uma década desde o seu desaparecimento. De Moçambique, rapidamente acedeu de forma disponível ao nosso pedido: "estou em estúdio e meio ocupada, mas este ano a Nina comemoraria 80 anos se estivesse viva. Por outro lado, passam 50 anos [desde] o discurso de Martin Luther King, associado aos movimentos cívicos, [sendo que] a Nina teve um enorme papel de intervenção. Um biopic dela faz antever um recordar de todo esse papel social e musical. Fiz um Tributo à Nina em 2009, a Meshell Ndegeocello e a Jacinta este ano. Penso que a principal razão para todas estas movimentações é a enorme mulher que a Nina foi e, tendo alguns temas muito conhecidos, tem um legado interessantíssimo que não chegou a todos e que, começando a explorar, [nos leva a] estudar todo um potencial de intervenção, uma sonoridade intemporal, letras profundas e interpretações inesquecíveis". 

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