sábado, 5 de novembro de 2016

[Fundo de Catálogo] Donovan - Sunshine Superman (1966)


Mais um que caiu no caldeirão psicadélico, não é? Na segunda metade de 66, as quedas os tropeções eram cada vez mais recorrentes e a Aldeia Gaulesa parecia cada vez mais global Até Sunshine Superman, Donovan era tratado como um disciplino (pelos mais simpáticos) ou copista (pelos mais hostis) de Dylan. E percebe-se: a folk, a veia poética, o facto de ter aparecido bem mais tarde, já em 65, três anos depois de Bob Dylan. Mas, vá, depois de Dylan, todos chegam atrasados, de Donovan a Jake Bugg ou, para usarmos um nome mais consensual, Devendra Banhart. O maior elogio que podemos fazer a Donovan é esse: depois de Dylan, todos são Donovans, o escocês que melhor se fazia passar por americano. 

Os Beatles e os Stones tinham-nos introduzido ao som oriental da sitar, mas Donovan usa e abusa do instrumento indiano. Nada que, aliado ao consumo de LSD, surpreenda: Donovan era próximo dos Beatles e de Brian Jones. A droga está omnipresente nas letras e, aliás, a introdução de LSD no copo de uma namorada, Sue Lyon, a Lolita de Kubrick, fez com que a relação chegasse ao fim. 

Alguns apontamentos retirados durante a audição de Sunshine Superman, conclusões nossas: 

- Donovan seria mais obcecado por "velvet" (veludo) do que David Lynch: são três as referências que contámos nestas dez canções;
- Este será um disco muito importante para meninos como os Decemberists que recriam os contos e as histórias e fábulas medievais;

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